segunda-feira, 14 de junho de 2010

Oslo - Noruega: quem disse que é a cidade mais cara do ocidente?








Continuando a saga de viagens Low Cost, fui para a Noruega, Oslo. Na verdade pode parecer incoerente, uma vez que não deveria fazer sentido ir para a 2ª cidade mais cara do mundo (só perde para Hong Kong) querendo fazer uma viagem de baixo custo. Mas vocês não contavam com a minha astúcia!

Mais uma vez a decisão do destino foi impulsionada pelo critério mais popular por aqui: promoções da Ryanair! OK, além do preço as loiras de 2 metros de altura que a gente jurava que viviam por lá também eram um estímulo também. Bom, 40 reais debitados da conta e lá estava o meu nome no cupom de check-in! Junto comigo fecharam o Pedrão, Ovelha, Filipe e o Krystian.

Na verdade fizemos primeiro a compra da passagem e depois descobrimos que era a cidade mais cara do ocidente e ficamos com um certo receio. Nossa sorte é que estávamos viajando com o português mais malandro que já conheci: Filipe de Matos. Esse portuga trabalha comigo na Shell e faz a gente rir o dia todo. O figura já morou na India, na Escócia, nos EUA, viajou pela África, México, vários países da Europa, ou seja, história pra contar não falta. Um importante detalhe do perfil do figura é que ele é um mão de vaca profissional. Só para ilustrar, a gente paga pra almoçar na Shell menos de 4 reais por refeição com a bebida inclusa, mas ele garante que consegue cozinhar todos os dias e levar esse custo a algo próximo de 1 real! E assim ele o faz!hehe Bom ele entrou na história do post porque foi um dos líderes na missão de baixar os custos da viagem. Os principais problemas: custos de moradia e comida. A moradia conseguimos nos virar, o Filipe tinha uma amiga norueguesa que ele conheceu na sua jornada pela África e duas pessoas podiam ficar na casa dela. Os outros 3 ficariam na casa do Patrick, um brasuca que trabalha em Oslo e o Pedrão conseguiu o contato por um grupo de emails da AIESEC e descobriu que ele até já tinha falado com o cara no RJ e tudo mais! Perfeito!

Restava então solucionar o problema da comida. Tínhamos ouvido falar que 1 mísero cheeseburger no Mcdonalds custava algo em torno de 20 reias!!!!! 1 cheeseburger!! E o pior é que era verdade mesmo (eu tenho fotos para comprovar!hehe). Eis que veio a grande idéia da viagem, o Filipe falou: "Sem problema meninos (bordão clássico do figura), já fiz as contas e vale a pena pagar por uma bagagem extra na ryanair de 15kilos, a gente carrega com comida e bebida, cozinha na casa dos nossos 'amigos' e não gasta nada!". Todos toparam na hora! Brilhante! Compramos bebida, macarrão, bolachas, pão, queijo, presunto, linguiça e tudo o mais que era possível. Enfiamos tudo na minha mala de trilha e saímos caçando pelo shopping algum lugar com uma balança (para não passar os 15kg!). As farmácias não tinham e resolvemos ir em uma loja de eletrônicos. Na Saturn tiramos as balanças da caixa e começamos a operação. Tínhamos passado quase 5kg e não tínhamos opção, sacamos pra fora no meio da loja umas linguiças gigantes, salgadinhos e garrafas e fomos ajeitando até chegar no peso!huahua ilário demais! Missão cumprida!



Fomos para o aeroporto e poucas horas depois estávamos em Oslo. Compramos os bilhetes de transporte (20 reais por um ticket de 24h de transporte publico!) e rumamos para a casa do Patrick. Deixamos as coisas lá, conversamos um pouco e fomos para a casa da Tiril (amiga do Filipe). Fizemos um social de aproximadamente 5min e quando ela menos percebeu nós estávamos colocando água na panela pra fazer nosso macarrão!hehe Confesso que ela ficou com uma cara de medo, mas sendo amiga do Filipe ela provavelmente já esperava algo nessa linha!huahua Barriga cheia, fomos na busca da balada (detalhe que ja eram 1h30 da manha!). Bom, a noitada não foi tão boa quanto pensávamos, até pelo horário, mas deu pra dar muita risada, entramos de graça em uma balada que supostamente custava 60 reais só para sorrir, mas por algum motivo o segurança foi com a nossa cara e nos liberou, e voltamos para casa de manha. Detalhe que escureceu quase meia-noite e às 3h já estava claro! Ah! esqueci de uma peculiaridade, em Oslo não se pode vender bebida alcoólica depois das 3h, logo, as baladas fecham depois disso! Eu até sabia dessa lei, mas não achei que era tão levada a sério. Descobri que eles levam. 3h01 o som foi desligado no meio da música e todo mundo foi embora. Tivemos que fazer o mesmo.

No sábado partimos para o clássico passeio aos pontos turísticos, guiados pelo Patrick. Não vou me estender nessa parte, mas garanto que a cidade é muito bonita.

Mistura clássico com moderno (destaque para a Ópera recém construída!!) e é extremamente cosmopolita. Muitos africanos, turcos, indianos e gente de tudo quanto é canto do mundo.
Outro ponto importante: tem praia! Tá bom, não é aqueeeela praia, mas já estava com saudade do mar. Fomos para uma ilha ali perto e até o pé no mar rolou!

A noite baladinha novamente, mas no sábado fomos mais cedo e aproveitamos mais. Não convém detalhar no blog as aventuras da noite, mas a diversão foi garantida e os folclores continuaram, como a clássica filmagem da apresentação para gringas com nomes errados, mas significam coisas engraçadas em português, exposição de nudismo do Filipe, ataques do Ovelha na balada, chiliques do Krystian pra gente andar rápido, carona em taxis já ocupados sem pagar nada, dormida na balada do Pedrão, um capote (provocado) que tomei de bicicleta (sim, tinha uma bicicleta!heh), dança do bracinho em pontos turísticos e até dormida em apartamentos trocados...Check Oslo foi feito.



Acordamos no Domingo, demos mais umas voltas, compramos uns souvenirs e fomos para o aeroporto. Para finalizar veio o único momento triste da viagem: a multa da Ryanair. Aquela que me ajudou tantas vezes com preços camaradas, quis recuperar seu rico dinheirinho. Quando se faz o check-in online deve-se imprimir um voucher de embarque. O Pedrão imprimiu o meu e o dele, mas na hora de ir pra Oslo o funcionário da Ryanair rasgou o papel dele e disse para o Pedrão que na volta era só solicitar para eles a impressão. No meu caso, ele deixou o papel intacto mesmo. Eis que na volta eu subitamente perdi meu voucher e o Pedrão estava sem o dele, mas eu estava mega tranquilo, porque na Bélgica eu não achei o bendito papel e a funcionária simplesmente pegou meus dados e fez meu check in. Pois é, na cidade mais cara da Europa a coisa foi diferente. A educadíssima atendente disse que ela poderia sim imprimir a folha novamente, mas isso custaria 400 coroas norueguesas (130 reais). Eu não acreditei, gastei a viagem toda 400 coroas (com muito esforço) e em 5min perdi mais 400. E Noruega não é Brasil. Não tinha conversa, chaveco, dinheiro por fora, tom de voz nervoso, xingamentos em português, cara de choro que funcionasse (acredite, todas as técnicas citadas foram tentadas!). Eu e o Pedrão pagamos. Bom, vão se os anéis, ficam-se os dedos. Aprendemos pela dor. Na próxima vai ter papel de check in até na minha cueca.